Se o teu sonho é ter um site que chegue a vários pontos do globo, então ter um segundo ou terceiro idioma é quase obrigatório. Este artigo explica como podes tornar o teu blog bilingue com pouco esforço.
Uma grande decisão quando se vai começar um blog é em que língua escrever. Os bloggers que falem de algo de interesse partilhado à escala global como viagens ou cinema, certamente se perguntam se não deviam alargar o seu público-alvo.
A tentação de escrever na língua materna é muito forte. Afinal, é a língua que melhor conhecemos e onde dificilmente se comete erros. Depois, pensando no público, o português não chega muito longe. É a quinta língua mais falada no mundo e são duzentos e oitenta milhões de pessoas, mas parece pouco. Com o castelhano depressa se chega aos países ibero-americanos e outros quinhentos milhões de possíveis leitores. O inglês tem um pouco menos de falantes nativos, mas é a segunda língua de mais de mil milhões de pessoas por isso cobre uma fatia gigante do planeta.
Em que língua devo escrever?
A ter de sugerir uma língua, é imediatamente o inglês. Apesar de o mandarim ser mais falado, a China é muito fechada, tem uma cultura diferente e tem censura sobre conteúdos pelo que podes estar a escrever para alguém que não quer ou não consegue ler. O inglês é o idioma universal, especialmente no mundo ocidental com o qual temos mais semelhanças. Se não souberes escrever bem, arranja um tradutor. Há muita gente capaz e sendo um trabalho regular até podes conseguir bons preços.
Felizmente hoje em dia um blog não tem de ser escrito numa única língua. Cada artigo pode estar em várias línguas ou apenas numa e os leitores são desviados para o idioma que lhes interessa. É disso que este artigo vai falar.
Como posso publicar em várias línguas?
Há essencialmente quatro formas de publicar em várias línguas. Inicialmente deves pensar em fazer um site bilingue, mas nos exemplos falarei frequentemente do multilingue, porque crescer de forma internacional pode e deve estar nos planos de quem planeia. Agora duas línguas, daqui a uns anos, dez.
Fazer um artigo com as várias línguas
As desvantagens são:
- O título ou fica num idioma só ou fica muito longo.
- Os motores de busca não vão saber em que língua está escrito e não vão recomendar a ninguém.
- Os leitores podem ficar perdidos ou desmotivados se a língua deles estiver no fundo.
Aqui fica uma dica para quem quiser seguir este caminho: fazer hiperligações âncora para as várias línguas logo no início. Assim o leitor salta logo para o que lhe interessa.
Fazer um artigo para cada língua no mesmo site
- Aqui não há problemas com o título.
- Os motores de busca mais facilmente encontram a língua de cada artigo (mas tens de o indicar no código HTML ao escrever).
- Os leitores mesmo que entrem na versão errada terão as hiperligações para o que procuravam.
- No entanto, a página inicial vai ficar confusa com artigos duplicados ou triplicados. Os textos informativos, os menus e os artigos em destaque só podem estar numa língua. É preciso ter uma língua principal. O resto será acessório.
Ter um site em cada língua
- Os problemas todos referidos anteriormente desaparecem. Cada site está otimizado para uma língua e os leitores terão a experiência perfeita.
- Todavia, ainda há desvantagens. Primeiro isso duplica o trabalho de gestão. Dois endereços, dois logins, dois locais para gerir comentários. E segundo, para os motores de busca são dois sites diferentes e portanto o impacto é visto em separado.
Ter um site bilingue/multilingue
Para resolver todos aqueles pequenos detalhes incómodos referidos acima, já várias plataformas gestoras de conteúdos (CMS – Content Management System) como Joomla e WordPress assumem que os autores querem fazer o seu site/blog para vários públicos. Por isso foram aparecendo ferramentas que facilitam a criação de um espaço poliglota.
Na prática só precisas de dizer que idiomas queres ter no site. No arranque dá o dobro do trabalho criar os menus. Mas depois no dia-a-dia, quando escreves um artigo ou crias uma página, só especificas a língua em que está e o CMS trata do resto. Identifica as traduções em falta caso queiras escrever noutra língua, faz as marcações HTML necessárias para esse idioma, cria todas as ligações internas… Para os motores de busca é realmente um site em várias línguas. Cada artigo é único, mas pode chegar a mais gente do que se estiver numa só língua.
Como configurar o WordPress para ser bilingue
Um plugin que utilizo em praticamente todos os meus sites é o Polylang. Permite definir várias línguas, por que ordem aparecem, e ter várias opções simples de configuração. Só uma vez fiz para três línguas, mas no modo bilingue está mais do que testado e aprovado. E o melhor é que é gratuito.
O único cuidado que é preciso é escolher um tema que saiba que o multilingue existe. Diria que só uns 30% dos que gostei estão preparados para isso.
Alguma outra dica?
Sim. Também nas redes sociais é preciso saber separar os públicos. Se fizeres uma partilha e metade do público não a perceber, a taxas de resposta vai ser metade do normal o que fará descer a reputação da tua página. Se o teu público lusófono só vir as publicações em português, o teu público anglófono só vir em inglês e por aí em diante, a taxas de resposta será certamente melhor. E quando partilharem pelos seus amigos que falam a mesma língua, também eles reagirão melhor.
O Facebook está preparado para isso. Nas definições da página diz que queres “Publicar em vários idiomas” e, quando publicares, podes dizer em que idioma está o teu texto/ligação. É assim simples. A vantagem é que não há línguas pré-definidas por isso mesmo sem teres um site bilingue, podes publicar em francês ou japonês se te aparecer alguém desses lados.
Nada como experimentar por isso… mãos à obra!
Um artigo muito bem trabalhado! Não tenciono recorrer a outros idiomas para já, mas é sempre bom saber o que fazer caso chegue aí!
Henrique o bon vivant
https://henriqueobonvivant.blogspot.com
UAU! Este artigo ajudou-me imenso! 😍😍
Muito obrigada 😊
obrigado pelo artigo
Bem pensado, vou ponderar.